A mais nova espécie de cactos descoberta no mundo é fruto de pesquisa do professor da rede estadual de ensino, Eronides Bravo Filho, que leciona a disciplina Biologia no Colégio Estadual Nações Unidas, situado em Aquidabã. Ele descobriu em Sergipe uma nova espécie de cactos do gênero Melocactus, conhecido popularmente por cabeça-de-frade. Esse gênero era composto por 37 espécies, e agora passa a ter 38. A descoberta projetou o nome de Sergipe internacionalmente, uma vez que a nova espécie só tem registro de sua existência no estado.
A descoberta ocorreu no município de Simão Dias, durante uma pesquisa de campo do professor que é aluno de mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Sergipe, sob a orientação dos professores doutores Marlúcia Cruz de Santana e Marcos Vinícius Meiado.
O achado foi publicado em renomada revista de Botânica do Reino Unido. "Descobri a espécie fazendo um mapeamento da diversidade de Melocatus em Sergipe. Um dado curioso dessa nova espécie, denominada Melocactus sergipensis, é que ela cresce em cima de rocha em locais úmidos", explicou o professor Eronides Bravo Filho.
Ele informou que essa descoberta é importante não só para o Estado de Sergipe, mas em âmbito mundial, uma vez que foi mapeada uma nova espécie de cactáceas. "Em Sergipe existiam três espécies deste gênero. Com a nova espécie temos agora quatro e, dessas espécies, duas encontram-se com risco de extinção segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais", explicou.
O professor Eronides explicou que uma dessas espécies é o Melocactus violaceus, que apresenta o status vulnerável e a outra é justamente a nova espécie, o Melocactus sergipensis. "Essa espécie já nasce para a ciência criticamente ameaçada. Portanto, necessita de uma atenção especial para promoção de sua conservação", relatou.
Ele mencionou também a importância cultural e econômica dos cactos para região nordeste. "Os cactos são utilizados na culinária, ornamentação, misticismo, e até na medicina, sendo o símbolo da região nordeste. O Brasil é o terceiro maior centro de diversidade de cactáceos do mundo, por isso é importante preservar a espécie", frisou o professor.
Fonte: SEED/SE