Achei até que fosse o vento. Elas foram pro riacho e logo depois, em menos de cinco minutos, começaram a cair. Uma ficou por lá mesmo, as outras duas, junto com os bezerros, conseguiram chegar ao curral, mas não resistiram e morreram. Os bezerros eu consegui salvar”. O depoimento é do vaqueiro Juarez Francisco da Silva e coloca em evidência uma incógnita que vem assolando os criadores de gado do povoado Barreira, em Lagarto, Centro-Sul sergipano.
O relato ingênuo se caracteriza com as lendas que ainda perpetuam por vários cantos do interior nordestino e atormenta os pecuaristas não só pela dúvida das causas das mortes, mas pelo prejuízo que vem gerando aos criadores da localidade. O fato foi noticiado pelo JORNAL DA CIDADE na última terça-feira (5) e aconteceu com os animais de Josivaldo Fontes Alves. “Estou tendo um prejuízo de mais de R$ 10 mil e até agora não sei direito o que aconteceu”, conta, desconfiado de uma possível contaminação de um córrego que corta sua fazenda.
O riacho, que leva o nome de Angola da Cachorra, é afluente do rio Piauí, principal reserva de água da região. O pecuarista aponta as mortes dos animais ao local, porque minutos antes de as vacas passarem mal, elas estavam bebendo água no córrego. “Ano passado perdi dois bois, mas não dei muita atenção. Não sabia direito o que era. Mas quando o vaqueiro me disse que as vacas estavam no riacho, aí eu fiquei preocupado”, acredita Josivaldo.
O criador crê que possivelmente a água do Angola da Cachorra pode estar contaminada, já que nas proximidades da fazenda existe uma fábrica. “Isso não é a primeira vez que acontece. Alguns vizinhos também já perderam animais. Outro dia, apareceu um bando de peixes mortos na redondeza. Eu só quero que os órgãos competentes venham fiscalizar o que realmente está acontecendo, porque a gente cria os animais com tanto cuidado e em pouco mais de cinco minutos eles morrem”, cobra Josivaldo.
Amostras
“Cheguei a coletar uma amostra da água com um técnico da ADEMA (Administração Estadual de Meio Ambiente) para análise em laboratório. Também pedi a um veterinário da Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe) que examinasse as vacas. Abrimos uma delas e pegamos amostras do coração, fígado e rins para ver que tipo de substância realmente causou uma morte tão rápida”, conta o criador, chamando a atenção para um detalhe.
“Tudo que cai no Angola da Cachorra vai para o Piauí, que é o rio que abastece a cidade. Caso, realmente esteja contaminado, essa substância matou um animal de 700 kg em menos de 10 minutos, imagine se uma criança ou um pescador também beber dessa água” comenta Josivaldo. Além do duto da fábrica, parte do esgoto da cidade também é jogado no riacho, o que gera um odor e aparência duvidosa.
Cedo
O veterinário Epaminondas Rodrigues Campelo afirma que ainda está muito cedo para avaliar o que realmente aconteceu. “Só poderemos saber dos resultados depois de alguns dias, porque mandei as amostras para análise na capital. Acredito que na próxima semana teremos mais informações. Agora, quando fizemos a coleta da água (sábado, 2), ela estava clara. Atuo nos municípios de Lagarto, Riachão e São Domingos e não ouvi falar de casos parecidos com mortes de animais pelas redondezas”, explicou, na última quarta-feira, por telefone, à equipe do JORNAL DA CIDADE.
Na última segunda-feira, fiscais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) foram ao povoado Barreira colher amostras da água do riacho e apurar o que realmente poderia estar causando as mortes dos animais. O presidente do grupo da fábrica, José Augusto Vieira, garante que entende a situação dos criadores e que tentará fazer o possível para elucidar o caso.
Portas abertas
“A fábrica está aberta para os fiscais observarem de perto todo o processo de tratamento que foi implementado para não termos problemas como este. Até porque não poderíamos estar funcionando se não estivéssemos adequados às leis ambientais. Caso houvesse problema, seria facilmente constatado, o que implicaria em multa. De forma alguma, colocaríamos algum resíduo que comprometesse o rio e a saúde da população”, ressalta José Augusto Vieira.
“Acredito que é preciso ter consciência, por isso, temos nos preocupado bastante com a preservação do meio ambiente e investido caro nisso”, acrescenta o presidente do grupo, explicando que a empresa, somente na fábrica, investiu mais de R$ 1 milhão em equipamentos para a preservação ambiental.
“São quatro lagoas de contenção de resíduos cimentadas, que transformam boa parte do que é descartado em adubo que é reaproveitado em lavouras. Estamos trabalhando para reaproveitar quase toda á água que a fábrica descarta. Repito, o melhor pra mim e minha empresa é esclarecer o que realmente está acontecendo”, detalha José Augusto.
O relato ingênuo se caracteriza com as lendas que ainda perpetuam por vários cantos do interior nordestino e atormenta os pecuaristas não só pela dúvida das causas das mortes, mas pelo prejuízo que vem gerando aos criadores da localidade. O fato foi noticiado pelo JORNAL DA CIDADE na última terça-feira (5) e aconteceu com os animais de Josivaldo Fontes Alves. “Estou tendo um prejuízo de mais de R$ 10 mil e até agora não sei direito o que aconteceu”, conta, desconfiado de uma possível contaminação de um córrego que corta sua fazenda.
O riacho, que leva o nome de Angola da Cachorra, é afluente do rio Piauí, principal reserva de água da região. O pecuarista aponta as mortes dos animais ao local, porque minutos antes de as vacas passarem mal, elas estavam bebendo água no córrego. “Ano passado perdi dois bois, mas não dei muita atenção. Não sabia direito o que era. Mas quando o vaqueiro me disse que as vacas estavam no riacho, aí eu fiquei preocupado”, acredita Josivaldo.
O criador crê que possivelmente a água do Angola da Cachorra pode estar contaminada, já que nas proximidades da fazenda existe uma fábrica. “Isso não é a primeira vez que acontece. Alguns vizinhos também já perderam animais. Outro dia, apareceu um bando de peixes mortos na redondeza. Eu só quero que os órgãos competentes venham fiscalizar o que realmente está acontecendo, porque a gente cria os animais com tanto cuidado e em pouco mais de cinco minutos eles morrem”, cobra Josivaldo.
Amostras
“Cheguei a coletar uma amostra da água com um técnico da ADEMA (Administração Estadual de Meio Ambiente) para análise em laboratório. Também pedi a um veterinário da Emdagro (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe) que examinasse as vacas. Abrimos uma delas e pegamos amostras do coração, fígado e rins para ver que tipo de substância realmente causou uma morte tão rápida”, conta o criador, chamando a atenção para um detalhe.
“Tudo que cai no Angola da Cachorra vai para o Piauí, que é o rio que abastece a cidade. Caso, realmente esteja contaminado, essa substância matou um animal de 700 kg em menos de 10 minutos, imagine se uma criança ou um pescador também beber dessa água” comenta Josivaldo. Além do duto da fábrica, parte do esgoto da cidade também é jogado no riacho, o que gera um odor e aparência duvidosa.
Cedo
O veterinário Epaminondas Rodrigues Campelo afirma que ainda está muito cedo para avaliar o que realmente aconteceu. “Só poderemos saber dos resultados depois de alguns dias, porque mandei as amostras para análise na capital. Acredito que na próxima semana teremos mais informações. Agora, quando fizemos a coleta da água (sábado, 2), ela estava clara. Atuo nos municípios de Lagarto, Riachão e São Domingos e não ouvi falar de casos parecidos com mortes de animais pelas redondezas”, explicou, na última quarta-feira, por telefone, à equipe do JORNAL DA CIDADE.
Na última segunda-feira, fiscais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) foram ao povoado Barreira colher amostras da água do riacho e apurar o que realmente poderia estar causando as mortes dos animais. O presidente do grupo da fábrica, José Augusto Vieira, garante que entende a situação dos criadores e que tentará fazer o possível para elucidar o caso.
Portas abertas
“A fábrica está aberta para os fiscais observarem de perto todo o processo de tratamento que foi implementado para não termos problemas como este. Até porque não poderíamos estar funcionando se não estivéssemos adequados às leis ambientais. Caso houvesse problema, seria facilmente constatado, o que implicaria em multa. De forma alguma, colocaríamos algum resíduo que comprometesse o rio e a saúde da população”, ressalta José Augusto Vieira.
“Acredito que é preciso ter consciência, por isso, temos nos preocupado bastante com a preservação do meio ambiente e investido caro nisso”, acrescenta o presidente do grupo, explicando que a empresa, somente na fábrica, investiu mais de R$ 1 milhão em equipamentos para a preservação ambiental.
“São quatro lagoas de contenção de resíduos cimentadas, que transformam boa parte do que é descartado em adubo que é reaproveitado em lavouras. Estamos trabalhando para reaproveitar quase toda á água que a fábrica descarta. Repito, o melhor pra mim e minha empresa é esclarecer o que realmente está acontecendo”, detalha José Augusto.
Fonte: Jornal da Cidade